O gigantismo do Vasco, o colosso que ele é hoje, se deve
principalmente ao fato de que homens acreditaram e se empenharam no seu
engrandecimento quando ele, nosso Club, ainda era pequeno, ainda dava os
primeiros passos rumo à eternidade e assim, levaria com ele os mesmos que o
impulsionariam.
Como símbolo maior desse “acreditar” destacamos o nosso
estádio, nosso monumento de amor e de concreto que é o nosso estádio Vasco da
Gama, conhecido popularmente como São Januário, e sendo assim, como
contribuinte maior e individual desse esforço destacamos o maior dos nossos
mecenas, o grande responsável pelo que chamamos hoje de caldeirão existir:
Antônio de Almeida Pinho!
Nascido no dia 04-02 na cidade portuguesa de Macieira de
Cambra, se destacou imensamente no Brasil como comerciante de minérios, mais
especificamente o ferro, tendo sido proprietário de grandes jazidas no estado
de Minas Gerais, além de ter feito parte da diretoria da “Câmara Portugueza de
Commércio e Indústria”, além de grande filantropo tendo atuação destacada em
benefícios destinados a Beneficência Portuguesa além de contribuições para sua
própria cidade, Macieira, o que levou o governo de Portugal a lhe conceder a
ordem de Christo na categoria de Comendador, sendo que após seu falecimento,
recebeu o diploma de Grande oficial da Ordem da Benemerência, também do governo
português.
Foi sob a sua direção como presidente, em 1921, que o Vasco
obteve seu primeiro título no futebol, o campeonato que correspondia à terceira
divisão estadual e que abriria as portas para a conquista da série B em 1922 e
para o glorioso campeonato de 1923, além de ter sido um dos fundadores da
Escola de instrução militar de número 307 que contribuiu imensamente com o
esforço de guerra do Brasil durante as batalhas em solo europeu, durante o
segundo grande conflito mundial.
Mas foi na chamada “campanha dos 10.000”, a grande
empreitada necessária para a construção de nosso estádio, que a figura desse
grande vascaíno se destacou imensamente, e colocou seu nome para sempre na
nossa história: Aliado às milhares de contribuições anônimas de vascaínos
desejosos de que o Club tivesse a sua praça de esportes, empenhou seu imenso
patrimônio em dois vultuosos empréstimos, patrimônio esse que serviu de
garantia para que o Vasco obtivesse essas duas somas, necessárias para
primeiramente adquirir o terreno na chamada Chacrinha de São Januário e para
logo após a compra do local, levantar propriamente dito o nosso estádio, sendo
feito então dessa forma.
Como avalista e pondo seu patrimônio como garantia, Antônio
foi responsável por cerca de 60% do total do volume final necessário para que o
nosso estádio ganhasse vida, isso mesmo, Almeida Pinho empenhou o trabalho de
uma vida inteira em pró de outro que durasse muito mais e que fosse irradiado
para milhões de apaixonados anos seguintes.
A figura do primeiro grande benemérito da nossa história e
presidente honorário Almeida Pinho nos deixou em 30-01-1942, e sua importância
para nosso Club pode-se resumir ao fato de que as alças do seu esquife foram
seguradas pelo atual presidente do Vasco na época (Cyro Aranha) e todos os ex
presidentes que conviveram com ele, vindo a família numa espécie de segunda
turma e os diretores do Vasco em uma terceira.
Hoje, na entrada do colosso que, com o empenho do seu
patrimônio pessoal e do seu esforço ajudou a construir, se encontra seu busto,
como se guardasse, ao lado de Raul Campos, a obra que ajudaram a erguer, e mais
do que um busto, é o próprio estádio de São Januário que homenageia um dos seus
principais responsáveis, em concreto, aço, e na nossa memória para todo o
sempre.
Rafael De Nadai Bacchi
Meu Saudoso Tio que, infelizmente nao conheço pessoalmente.😢😢
ResponderExcluir