domingo, 15 de março de 2015

Raul Campos, eternamente, o amigo n° 1 do Vasco da Gama !



O que um homem necessita fazer para ser considerado um amigo? E um amigo número 1? Mais ainda, o que um homem necessita para ser considerado o amigo número 1 do Club de Regatas Vasco da Gama?
Senhoras e senhores, este foi Raul da Silva Campos, o amigo número 1 do nosso Club e maior dos vascaínos.
Nascido em 02-10-1886, na cidade portuguesa de Póvoa de Varzim, era apaixonado por cavalos e foi sócio do Jockey Club, tendo como atividade fora dos domínios cruzmaltinos o comércio, possuindo uma loja de móveis de vime que pegou fogo na década de 20, mas foi no Vasco que Raul demonstrou toda a sua dedicação e todo o seu empenho em pró de uma instituição que mudaria a história do esporte e do Brasil, sendo o próprio Raul um dos maiores agentes dessas mudanças através de sua atuação como dirigente do nosso Vasco.

Na época da chamada "fusão" com o Lusitânia (desmentida pelo próprio Campos em reportagem divulgada pelo Semprevasco), Raul, na condição de presidente eleto em 1915, foi o responsável pela criação da seção de futebol, mas diante da reação negativa capitaneada pelos remadores que não desejavam que o esporte bretão co existisse com o remo dentro do Club, assumiu todos os compromissos resultantes daquela empreitada, sendo obrigado a ressarcir à instituição caso o novo esporte causasse algum prejuízo.
Mas foi quando nos impuseram o maior desafios, termos um estádio próprio, que o amor desse grande vascaíno sobressaiu: retornando à diretoria em 1926, foi responsável pelo arrendamento do campo da Rua Moraes e Silva, para logo depois comandar uma arrecadação de cerca de 700 contos, dinheiro usado para arrendar os terrenos da rua São Januário e Abílio.
Mas não parou por aí: junto a Almeida Pinho, o "mentor financeiro" da construção do nosso colosso, comandou a arrecadação que pode enfim, dar à nossa torcida uma casa, e que hoje é um dos maiores motivos de orgulho dos cruzmaltinos!
Foi o instituidor dos jogos noturnos, além de, em um momento de extrema necessidade do Club junto aos que cobravam valores referentes a construção de São Januário, chegar a por sua própria residência à venda para saldar esse compromisso, felizmente não sendo necessária sua execução.
Foi reeleito presidente em Janeiro de 1926 seguindo até 1932, quando no final desse ano, foi substituído por Antônio de Almeida Pinho, pois Raul continuaria a servir o Vasco, mas dessa vez, na figura de presidente da Federação.

A importância de Raul Campos para o Vasco é incomensurável, mas se quisermos tentar estipular o tamanho da sua dedicação e do quanto ele foi fundamental para que hoje sejamos os gigantes que somos, pode-se destacar dois momentos cruciais de nossa história: o primeiro é que sem ele dificilmente teríamos nosso departamento de futebol, o esporte a qual somos conhecidos e que nos trouxe mais glórias, e o segundo é que, sem sua presença e sem a sua liderança na chamada "Campanha dos dez mil", não teríamos o nosso maior orgulho, o nosso colosso, o estádio de São Januário !

Ao amigo número 1 do Vasco, o agradecimento de uma torcida apaixonada.


Fontes:


.SempreVasco

.A Noite


quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

O Vasco e o Brasil, dois gigantes lutando juntos no front da Segunda Guerra mundial !

Vascaínos,
Se a história do Vasco dentro de campo é coroada de glórias e de conquistas, fora dele é que as nossas fundações mais sólidas e mais resistentes estão fincadas, é fora das quatro linhas e fora do âmbito do futebol, apesar do nosso Club ser conhecido mundialmente por ele, que o Gigante da Colina é ainda mais gigante, monstruoso e colossal.
Aproveitando a data que se sucedeu no dia de ontem, 27-01-2015, aonde o mundo comemorou 70 anos da libertação do campo de prisioneiros de Auschwitz, vamos relembrar uma das passagens mais belas do nosso glorioso passado, quando o Vasco mais uma vez serviu ao Brasil, e nesse caso, no esforço de libertar o mundo do nazismo no front Europeu ao longo da participação da FEB ( Força Expedicionária Brasileira ) no teatro da guerra.
Antes, devemos lembrar que o Vasco, quase 20 anos antes do fim das hostilidades, já contribuía com as nossas forças armadas, ao em 1928 institucionalizar dentro de suas dependências a Escola de Instrução Militar 307, ou EIM 307, que funcionou desta data até o fim da década de 40 e que tinha como objetivo preparar os sócios do Club para a reserva do Exército, destacando-se ainda que além de uma grande área destinada à Escola, tudo era oferecido pela nossa instituição, desde instrutores até o material utilizado e que assim como hoje é o futebol, também contava com um departamento e um diretor próprios, tamanha sua importância.
Em outra ocasião falaremos mais dele, mas deve-se destacar que mais de 10.000 reservistas foram formados dentro do Vasco, até o período de encerramento das suas atividades.
Bom, chega a temida segunda guerra, os esforços de guerra são imensos, tanto que velhos remadores nossos ofereciam suas medalhas para serem doadas e arrecadar fundos, e o Vasco não ficou atrás: Capitaneados pelo então presidente Cyro Aranha, foram promovidos jogos beneficentes ( Como o em nome das vítimas de navios afundados pelos alemães em costas brasileiras ) para arrecadação de fundos e também foi doado, em nome do Club para o nosso exército, um periscópio e um binóculo !
Mas o vascaíno queria mais, e em um gesto de grandeza extrema, os sócios se cotizaram em uma campanha chamada "Comissão pró avião Vasco da Gama", com o objetivo de arrecadar fundos para a aquisição de um caça que posteriormente seria entre à FAB.
A escolha dos aviões em si é um dos momentos de maior heroísmo da nossa história e foi contada pelo site SEMPREVASCO dessa forma:

"Na sua primeira reunião ( da comissão ), o seu tesoureiro, Arthur da Fonseca Soares, propõe que se compre imediatamente o avião. Por imediatamente leia-se: que todos saíssem naquele momento e encomendassem o aparelho. O presidente da comissão, e depois presidente do Vasco, Manuel Ferreira de Castro Filho, chegou a argumentar que a campanha nem havia sido iniciada, ao que foi respondido por Arthur: "No Vasco, basta plantar a semente". E foram eles fazer história.

Chegando na importadora, foi pedido ao seu gerente, outro grande vascaíno chamado Silvano Santos Cardoso, que mostrasse os modelos que tinha. Este começou com o melhor de todos, "mas é muito caro" disse Silvano e já se preparava para virar a página do mostruário quando foi interrompido pela comissão: "queremos dois!". A comissão confiava que os vascaínos iriam aderir em massa aquele projeto."



E assim foi feito, sendo afixadas 3 faixas de doações, em 20 dias a campanha se encerrava e com sobras de recursos que ainda tentaram ser devolvidos, pois entre os doadores existiam pessoas humildes mas todos se recusaram a receber os excedentes, usados mais tarde na construção da nossa bela Sede Náutica da Lagoa.
No intervalo de uma partida em São Januário, o próprio Ministro da Aeronáutica recebeu os aviões, devidamente decorados com a Cruz de Malta na "nacelle".
O professor Castro Filho resumiu bem o seu sentimento ao presenciar aquele momento histórico que o Vasco lhe proporcionava, e ao Brasil:


"Eu me sentia desligado daquela praça verde, palco de lutas desportivas gigantescas. O meu pensamento vagueava por outras paragens: o campo de lutas sangrentas e irreparáveis em que, naquela hora, por certo, preliavam, como heróis, muitos de nossos atletas, tanto dos moços que ali receberam as primeiras lições de coragem e civismo. O meu olhar turvado de lágrimas, estava preso aos graciosos movimentos do Pavilhão Nacional do grande mastro. Parecia-me ver nesse ondular verde e ouro o aceno protetor e amigo do reconhecimento; eu via a Bandeira do Brasil a acenar para todos, como se lhes dissesse comovido:

- Obrigado, Vasco, muito obrigado vascaínos; Deus vos conserve esse grande, esse imenso coração!"



Fonte de consulta:

  1. SEMPREVASCO
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